[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 10 de novembro de 2011




Mozart,
Árias de concerto, de 9 de Novembro

Mais uma efeméride mozartiana. Estreia, em 9 de Novembro de 1789, das duas árias de concerto Chi sà, chi sà, KV. 582 e Vado ma dove? oh Dei? KV. 583. Aí vos deixo com a Bartoli, no Festival de Luzern - um dos meus preferidos, de qualidade tão boa como o de Verão, de Salzburg - sob a direcção de Abbado, na interpretação da primeira citada.

Querem reparar num pormenor que bem aquilata do altíssimo nível desta orquestra do Festival de Luzern? Então reparem no som do clarinete que estão ouvindo. Na maior parte das vezes, a clarinetista está encoberta pela Bartoli. Mas há alturas em que se vê distintamente. É, nem mais nem menos, do que Sabine Mayer. Por muitos melómanos é considerada a grande intérprete deste instrumento, a melhor, a nível mundial.

Abbado consegue esta coisa extraordinária que é reunir, em Luzern, uma orquestra que apenas funciona anualmente, como apoio ao Festival, constituída por músicos que são a crème de la crème, grandes solistas, chefes de naipe das melhores orquestras europeias e não só. Naturalmente, a qualidade é espantosa.

E Luzern é uma cidade realmente fascinante, com memórias musicais únicas. Como Triebschen, a casa de Wagner, onde, escreveu ele, foi mais feliz do que nunca em toda a sua vida. Um local de eleição, com uma estupenda localização, onde compôs o Idílio de Siegfried, oferecendo-o a Cosima, como presente de anos e de Natal.

E, ainda, só para citar mais um entre outros lugares, o Hotel Schweitzerhoff onde a estada é um sonho, naquela magnífica situação sobre o Lago dos qutro Cantões, hotel onde se faz e ouve belíssima música. Ali, por exemplo, em 1981, ouvi eu, numa bela manhã de Setembro, um Barenboim, ainda na casa dos trinta, tocando duas sonatas de Schubert como nunca mais tocou, digo-vos eu que, depois disso, já o ouvi dezenas de vezes.

Enfim, não são só as memórias de uma cidade muito musical, são as memórias de anónimos, como eu, que enriquecem, em Luzern, com sinais interiores de uma riqueza que, graças a Deus, jamais será tributável... Eis as referências da gravação. Basta clicar para se deliciarem:

[http://youtu.be/PCk8Ovfb2Uc
W.A.Mozart Cecilia Bartoli Chi sà, chi sà www.youtube.com
W.A.Mozart Chi sà, chi sà, qual sia, aria per soprano & orchestra, K. 582 Cecilia Bartoli, Lucerne Festival Orchestra, direttore Claudio Abbado]

Claro que não poderia deixar de vos propor a outra peça anunciada. Esta Vado, ma dove? oh Dei, embora a intérprete não esteja identificada, posso garantir-vos tratar-se de Christiane Oelze. Conheço-a bem, de Salzburg. E também já cá tem estado na Gulbenkian. Como verificarão é muito especial. Está a fazer-se uma "mozartiana". De facto, não é coisa que aconteça rapidamente. Vai-se fazendo...
Mais uma vez, eis a gravação:

[http://youtu.be/TZvbIsfNahoMozart : Vado, ma dove oh Dei!, KV 583 www.youtube.com concerto aria for soprano and orchestra Vado, ma dove oh Dei!, KV 583]


AT: Que esta prenda das duas árias de concerto de Mozart, em comemoração da efeméride, não vos distraia do post publicado há umas horas, Surpresa, surpresa... que, esse sim, é a pièce de résistance do dia.



Sem comentários: