[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 26 de junho de 2012




Baboseiras do Ronaldo


Acabo de ouvir umas declarações de Cristiano Ronaldo que, imediatamente, me determinaram à partilha convosco. Dizia o já mítico jogador de football, inegavelmente, um dos melhores do mundo, que terá começado mal a sua prestação - a televisão ia mostrando os seus falhanços no segundo jogo - nesta fase final do Europeu porque "(...) tinha uma grande responsabilidade".

Salvo melhor opinião, meus caros amigo
s, então a tal «grande responsabilidade» não é aquilo que todos os profissionais sentem seja qual for a sua actividade?

Por exemplo, os professores, na preparação dos seus trabalhos e, depois, na aula concreta, perante os grupos de alunos, em qualquer dos níveis de ensino, com problemas dificílimos para resolver, de carácter didáctico, pedagógico, gestão de conflitos, etc, etc?

Por exemplo, os pescadores, enfrentando dificuldades com risco diário da própria vida? Por exemplo, os engenheiros, cujos cálculos só podem ser irrepreensíveis. Por exemplo, os pilotos e motoristas de grandes veículos de transporte de passageiros, aviões, combóios, autocarros, com a permanente e «grande responsabilidade» da vida dos passageiros nas suas mãos...

E os músicos, os bailarinos, os actores, todos os profissionais das artes performativas, em espectáculos exigentíssimos onde «só» podem dar tudo por tudo. Os artistas plásticos, os escritores, todos os criadores que vivem a angústia da criação artística...

Mas, então, os profissionais da bola são assim tão especiais? Principescamente pagos, apaparicados por políticos, por jornalistas que jamais os põem em causa como seria de esperar, esta gente permite-se dar a entender que, devido à pressão da «grande dificuldade» pode claudicar de modo tão flagrante como um principiante qualquer?
 
 
 

Sem comentários: