[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 28 de maio de 2013



Município de Sintra,
Pessoal de Apoio Educativo


Como sindicalista, dirigente da FNE, também representante dos trabalhadores a quem se dirigiu o Presidente da Câmara Municipal de Sintra nesta oportunidade, é com o maior regozijo que vou remeter este discurso para todos os órgãos dos sindicatos que nos são afectos, no seio da UGT.

Trata-se de uma posição absolutamente exemplar do município de Sintra que, para nós, recordo, já há anos, se tornou um paradigma de boas práticas, especialmente, em relação aos Trabalhadores de Apoio Educativo (em geral designados como trabalhadores não docentes).

Se o Presidente Prof. Fernando Seara me permite, gostaria de destacar, ao longo dos anos, as atitudes de gestão protagonizadas pelo Senhor Vice-Presidente e Vereador do pelouro da Educação, Dr. Marco Almeida que é credor dos maiores encómios na condução de todos os assuntos inerentes ao pessoal em apreço.

De tal maneira assim tem acontecido que, para nós, sindicalistas da UGT/FNE/FESAP, repito, Sintra se eidenciou como modelar entre todos os municípios da Área Metropolitana de Lisboa, como houve oportunidade de enfatizar, publicamente, durante uma reunião no Palácio Valenças, em que estiveram representados o Ministério da Educação, a Associação dos Directores de Escolas, os municípios e os sindicatos.

Como calculam, para mim, pessoalmente, não só na condição acima referida mas também como munícipe, é óptimo poder fazer este destaque.
É nesse sentido que passo a reproduzir as palavras que o Presidente da Câmara Municipal de Sintra proferiu

 
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CERIMÓNIA DE ENTREGA DE CERTIFICADOS DE CONCLUSÃO DO RVCC PRO
25 de Maio de 2013

Caros Formandos,
Senhoras e Senhores,

Em 2010, enfrentei um dos maiores desafios enquanto Presidente do Município de Sintra, ao aceitar a gestão da totalidade dos estabelecimentos públicos do ensino básico de Sintra.
Fi-lo, consciente das dificuldades, mas também consciente que a municipalização do sector educativo
se traduziria em ganhos na promoção de políticas mais adequadas e próximas das necessidades concretas da população e na concretização de medidas de gestão descentralizadoras e suportadas numa melhor articulação e aproximação com os órgãos de direção dos Agrupamentos de Escolas.
 
Penso que, três anos volvidos sobre a assunção das referidas competências em matéria de educação, estamos em condições de afirmar que, apesar do que ainda faltará fazer, muito já se fez: existe hoje uma efetiva ação social escolar, um efetivo acompanhamento de projetos educativos, uma real aproximação e articulação, a todos os níveis, com a comunidade educativa em geral e com as Direções dos Agrupamentos em especial e, no campo da gestão dos recursos, uma efetiva política de gestão integrada, aproveitando e potenciando a experiência e o trabalho dos serviços municipais, alargada, desde 2010, à gestão dos equipamentos e recursos educativos.
 
m matéria de Recursos Humanos, a palavra de ordem foi “qualificar”: o pessoal não docente (sim, é a vós que agora me dirijo especificamente), desempenha um papel fundamental, eu diria mesmo, insubstituível e inestimável, no contexto escolar: são os auxiliares de ação educativa muitas vezes, os primeiros a detetar sinais de alerta nas crianças que passam despercebidos, até em contexto de aula; são os auxiliares que, não raras vezes, acabam por ser os que primeiro ouvem, da criança, o lamento, a inconfidência que os perturba e que nos comove; são os auxiliares que muitas vezes são a primeira linha na resolução de conflitos, na gestão dos primeiros problemas de socialização, de discriminação, de conflito interior;
 
E é por isso, é pelo vosso papel e pela importância da vossa ação, que entendemos que devíamos apostar na vossa qualificação, na vossa melhor preparação, escolar e profissional, reforçando competências que vos são necessárias para melhor fazerem, agirem e desempenharem a vossa verdadeira missão de serviço público.
 
Sim, porque é disso que se trata: uma verdadeira missão de serviço público; a escola reflete, espelha, o que de melhor e pior podemos encontrar na sociedade e coloca-nos, por isso, exigências acrescidas, que, do ponto de vista profissional, mas também pessoal, reclamam um constante processo de aprendizagem, de qualificação.
 
Imbuídos deste sentido de responsabilidade quanto às exigências que se suscitam a quem trabalha, hoje, na escola pública, que iniciámos, no contexto da parceria que, em boa hora, outorgámos com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o processo de certificação de competências dirigido aos Auxiliares de Ação Educativa do conjunto de estabelecimentos de ensino público de Sintra.
 
E é com uma enorme satisfação, pessoal, que hoje aqui assinalamos a conclusão deste processo relativamente a 133 Auxiliares; dirão alguns que ainda é muito pouco…… eu direi, que são só os primeiros 133 de muitos mais que se entusiasmarão e que quererão, também eles, obter uma certificação profissional, que parte, sem dúvida, da experiência e saber adquirido, mas que é, essencialmente, uma porta aberta para o conhecimento e valorização futuras.
 
Digo-vos, agora na qualidade de Professor, que o conhecimento, a qualificação, são bens preciosos, que não têm preço: abrem-nos novos caminhos, novos horizontes, na compreensão do mundo que nos rodeia e do mundo em que os nossos filhos e netos irão crescer e tomar o seu lugar, e isso, por si só, vale tudo e compensa (estou certo), o caminho, mais ou menos difícil, que vos conduziu até aqui.
 
O Município de Sintra, enquanto vossa entidade empregadora, quis fazer parte deste caminho, facilitar o percurso, quis participar ativamente na vossa qualificação, e foi isso que fez: facilitou o vosso processo de aprendizagem e de qualificação. Mas não posso deixar de vos lançar um desafio: continuem, progridam, aprofundem o que alcançaram. Duas palavras finais de agradecimento:
 
À Base Aérea de Sintra e à sua Academia, mais uma vez, a disponibilidade e simpatia com que acolheram esta iniciativa;
Ao Instituto de Emprego e Formação Profissional e, em especial, a todos os Técnicos e Formadores do Centro de Emprego e Formação Profissional de Sintra que tão empenhadamente se envolveram na condução deste processo, com o seu profissionalismo e dedicação;
 
Não será fácil entender as especificidades de um processo que é, no fundo, uma “nova oportunidade” para os adultos que não puderam usufruir de “oportunidade anterior”;
Não será fácil construir, com eles e para eles, adultos, um caminho de descoberta de competências que, na maior parte das vezes, estão escondidas ou ignoradas e que a timidez, o receio da descoberta, o desconhecimento da aventura da aprendizagem, não permitiu evidenciar.
 
O papel do formador, do orientador, é, pois, essencial e cumpre-me, neste momento, enaltecê-lo e agradecer a todos os formadores presentes, a sua participação e envolvimento neste processo de certificação, que desejo que se repita, em Sintra e pelos sintrenses.
 
Um bem-haja a todos!
 
 

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