[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 30 de abril de 2014




Cavalli,
"Elena", uma festa da Música

Regresso a casa depois de uma esplêndida récita de "Elena", ópera buffa de Francesco Cavalli, que ontem aqui introduzi e apresentei. Com meios manifestamente reduzidos mas muito sofisticados e eficazes, o encenador Jean-Yves Ruf apresentou uma proposta contida, escorreita, perfeitamente adequada à barroca concepção do universo musical em que se integra.
Conjunto de vozes muito homogéneo, interpretações que evidenciaram a preparação superior e a excelente formação de uma nova geração de cantores que, ao domínio vocal técnico e artístico, alia evidentes capacidades histriónicas, recurso imprescindível à montagem de um espectáculo com estas características.
Vivi três horas de perfeita Festa da Música. E, como só vos desejo também o melhor acesso possível às boas coisas a que vou assistindo, desta vez, tenho o enorme privilégio de vos propor, exactamente, a produção que acabei de presenciar. Por isso, insisto em propor-vos a récita completa de "Elena", gravada no Festival de Aix, numa coprodução em que a própria Fundação Gulbenkian também participou.
Se for caso disso, voltem a ler as linhas de introdução já mencionadas. Assistam à récita. Não percam mesmo já que se trata de uma peça muito interessante da  História do teatro lírico europeu do século dezassete que encontrou na Cappella Mediterranea, no Maestro Leonardo Garcia Alarcón, em Jean-Yves Ruf e nas vozes do elenco anunciado, os mais adequados intérpretes depois de mais de trezentos anos ausente.

Boa audição!

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