[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 31 de julho de 2014


Efeméride mozartiana
31 de Julho de 1778


Uma das mais longas cartas que Mozart escreveu em toda a vida está datada de Paris, 31 de Julho de 1778. É o famoso documento em que, respondendo ao pai, conta as circunstâncias dos últimos dias de
vida da mãe, que acabaria por falecer no dia 3 daquele mesmo fatídico mês de Julho.

Sem dúvida que terá sido o mais terrível evento da juventude de Wolfgang. A carta é um documento extremamente interessante, inclusive, no que respeita ao estado da medicina na altura. E, mais especificamente, no que se refere ao próprio estado de espírito em momento tão crítico, propicia uma série de elementos importantes para entender a sua personalidade bem como, indiscutivelmente, as enormes contradições que o assaltavam.

Não deixa de ser curioso que, no meio de tanta emoção e comoção, Mozart tivesse conseguido alinhar umas palavras acerca do Concerto para Flauta e Harpa em Dó Maior (KV. 299) que compusera em Abril anterior, na sequência de uma encomenda do Conde de Guines.

Acontece que o aristocrata solicitara uma peça, ao fim e ao cabo, ‘de salão’ para ser tocada por ele e por sua filha, como solistas. Pois bem, ultrapassando os contornos da encomenda, Mozart escreve uma estupenda obra-prima de precisão e de lirismo. É essa a obra que hoje partilho convosco. Oxalá coincidam comigo no máximo apreço que tenho por esta preciosidade absoluta.

[A gravação não disponibiliza elementos identificativos da interpretação. De qualquer modo, é de superior qualidade.]

Boa audição!


http://youtu.be/Xc6-KozGK3c
 
 

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