[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015



Efeméride mozartiana
Viena, aos 5 de Janeiro de 1791

Concerto em Si Maior para Piano e Orquestra, KV 595


O último dos vinte e sete concertos para este instrumento, no ano em que o compositor acabaria por falecer, tão precocemente. Longe de adivinhar que seria o seu último concerto para piano, Mozart apresenta uma proposta de serenidade, tão definitiva, que não há comentador que não ceda à tentação de o considerar na acepção de testamento pianístico.

Como proposta de partilha, a inolvidável Clara Haskil (7.1.1895 - 7.12.1960) com a Gürzenich-Orchester Koln, sob a direcção de Otto Klemperer, numa gravação de 9 de Setembro de 1956, ano em que se comemorou o ducentésimo aniversário de Mozart..Gostaria de vos dizer que, mais uma vez, estive a ouvir outras leituras deste mesmo concerto, em momentos chave dos vários andamentos e, não me sobra uma dúvida. Haskil é o paradigma. E a parceria com Klemperer é de uma cumplicidade tocante.

Aqui não há quaisquer truques. Mozart, Mozart, apenas Mozart, como estou habituado a ouvir, em excepcionais ocasiões. Sem quaisquer «rodriguinhos», sem 'arredondamentos' dos acordes. Uma verdade a que temos direito. De facto, nunca ouvi um melhor serviço a Mozart. Naturalmente, tenho em consideração os «gigantes» Brendel, Uchida, Schiff (este cada vez mais e mais) que estão na mesma galáxia...

Permitam que dedique esta proposta à minha querida amiga Maria Nobre Franco, que foi directora do Sintra Museu de Arte Moderna-Colecção Berardo. Tal como eu, a Maria é uma indefectível de Haskil. Partilhamos esta justíssima preferência que, cumpre assinalar, coincide com as melhores críticas do século vinte. Ainda hoje, em Salzburg, se chora por Haskil, a inultrapassável.


Boa audição!


http://youtu.be/241dlJB5wow [Allegro]
http://youtu.be/e8n7saeecAk   [Larghetto e Allegro]


Boa audição!

 

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