[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017



Centro Cultural Olga Cadaval
- uma obra que nasceu torta



À guisa de comentário ao texto que ontem publiquei, subordinado ao título "Centro Cultural Olga Cadaval, incúria inqualificável - em causa a vida e a integridade das pessoas", escreveu João De Mello Alvim

"O que nasce torto... Ou megalomanias que os outros pagam caro! Não estou, nem estive, contra a construção do CCOC, estive e estou em desacordo com políticos que avançam apenas ouvindo "a corte".

Quem ligado à cultura em Sintra, ao ambiente, numa palavra, à intervenção cívica, foi ouvido pela então Presidente Edite Estrela? Para além de evidentes problemas de estacionamento que referes João, há problemas de construção do equipamento que seriam resolvidos se tivessem sido ouvidos agentes culturais.

Por exemplo: como é possível construir um segunda sala com um pé-direito que não dá para "picar" um projector? Para não falar da solução para cargas e descargas de material...Quanto ao actual Presidente ter prometido e não cumprido, a questão devia ter sido: quanto custa? Não, disse ele, não se toca nos milhões..."

Subsequentemente, tive oportunidade de responder:

"(...) a questão das cargas e descarga foi mesmo a que mais trabalho me deu com a [Presidente] Edite [Estrela]. Fartei-me de avisar que, sem um «cais» patra o efeito, ficaria comprometida a possibilidade de aqui receber produções de ópera, bailado e teatro que circulam pela Europa a preços extremamnente convenientes porque os custos se diluem imenso com a itinerância.

Nem ela me ouviu nem ninguém depois. Por outro lado, para que tal pudesse acontecer também teria que ser possível a manobra dos grandes TIR que transportam tais produções, algo impossível naquele beco das traseiras do CCOC.já que pressuporia a demolição de várias construções.

Aquilo, tal como escreveste, nasceu torto. Pessoas como nós, que sabem como é possível alterar, demolir e adaptar às necessidades do tempo actual, são consideradas os «chatos» do costume, os que têm a mania que sabem... Depois, perante as consequências, como não estão à altura de as resolver, vão empurrando com a barriga até que, por algum milagre de conveniência, a coisa acabe por se resolver. Uma «seca» (...)"
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Ora bem, apesar de ter nascido torto e de, tal como acima referi, não ter sido contemplada a solução do «cais» para as cargas e descargas, ainda é possível remediar a situação. E remediar com uma solução de qualidade.

Em Salzburg que, como sabem, é cidade que conheço muito bem, num dos edifícios que alberga uma das mais frequentadas e prestigiadas salas locais, onde se partilha eventos culturais do mais alto nível, aprendi uma saída para a questão acerca da qual já falei com dois arquitectos. É perfeitamente possível adaptá-la à situação que afecta o CCOC. Só vos digo que se trata de um «ovo de Colombo»...

Por enquanto, o ambiente nem sequer é propício à apresentação e discussão da matéria. Enfim, espero que, em tempo mais oportuno, possa voltar a abordar esta que é uma questão que tanto nos tem preocupado, a mim e ao João De Mello Alvim, cuja remediação tem uma real hipótese de abordagem.

 
 

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